sábado, outubro 31

por que

então me dominava aquela sensação?
o medo de ser podada, e mesmo a impressão de que alguém pudesse fazê-lo?
só eu sei das borboletas amarelas. só eu sei dos precipícios em que tenho mergulhado. não preciso da aprovação de ninguém pra isso e, até ontem, eu não sabia.


- foi a música alta demais, as risadas ou a impressão de que eu nunca mais conseguiria respirar. talvez tudo junto tenha me causado a epifania.
e então eu sabia exatamente o que eu queria e onde deveria estar - e que era exatamente tudo aquilo que eu já estava fazendo.

quarta-feira, outubro 28

eu já havia passado tempo demais

apenas sentada na borda do abismo.
então me levantei, respirei fundo e me atirei dentro dele.

o que me espera lá embaixo? - mais cobranças do que retornos. mais receios do que certezas. mais expectativas do que promessas.
e por que mergulho? - pelos sorrisos. todos eles.



e, de repente, eu vejo as cores por aí, na rua, outra vez.

terça-feira, outubro 27

Since then,

it's been a book; you read in reverse
So you understand less as the pages turn

domingo, outubro 25

a cada vez

que digo não, mais eu quero dizer sim.

quarta-feira, outubro 21

descobri

que sou uma pessoa assertiva.
e que certas coisas parecem leves, mas te atropelam como um trator.

- alguém anotou a placa do que passou aqui?

domingo, outubro 18

é estranho

e engraçado ao mesmo tempo
ser alguma coisa que, até não muito tempo atrás eu não sabia que era e, ao mesmo tempo, saber que isso era o que eu sempre esperei ser.
é como saber alguma coisa que eu não sabia o tempo todo que sabia que teria de ser.
é estranho o que já fez tão parte de mim me soar estranho. é estranho o que me soava estranho soar tão doce agora.

eu gosto.

segunda-feira, outubro 12

era tempo de faxina

nesses tempos, tem mesmo que se jogar tudo fora. sem dó, sem piedade. o que eu tinha antes já se tornava tão pesado que o chão rachava, as paredes ruíam - meus ombros não suportavam. eu tive que abrir as cortinas, deixar ventos novos entrarem (os daquela primavera já estavam gastos, há tanto guardados. não se podia mais respirar neles), mover as caixas de um lado pro outro, arrastar a poeira pra baixo do tapete (vai ficar lá pra sempre). as teias de aranha, meu bem, eu demorei pra tirar. eu não quis, no começo. mesmo que fossem sujas e tristes, eram a única coisa que ainda me fazia companhia - eu acreditava.
mas, no fim, acabei tirando do mesmo jeito. deixei meu quarto arejado e vazio, pras réstias de sol dançarem sobre ele.
é só o que dança agora.
e por estar finalmente vazia é que encontro-me cheia. cheia de réstias de sol, dos ventos dessa nova primavera, de canções, suspiros e silêncios que eu ainda não conheço, mas que já fazem o ar se agitar.

cecília.

Traze-me um pouco das sombras serenas
que as nuvens transportam por cima do dia!
Um pouco de sombra, apenas,
- vê que nem te peço alegria.


Traze-me um pouco da alvura dos luares
que a noite sustenta no teu coração!
A alvura, apenas, dos ares:
- vê que nem te peço ilusão.


Traze-me um pouco da tua lembrança,
aroma perdido, saudade da flor!
- Vê que nem te digo - esperança!
- Vê que nem sequer sonho - amor!

sábado, outubro 10

eu sinto

vergonha alheia de quem aplaude o filme no cinema.

quinta-feira, outubro 8

me sentei

na borda do precipício e fiquei sacudindo os pés no vazio.
eu não tinha como saber o que havia lá embaixo, o que me esperava adiante. eram só minhas dúvidas, o frio na barriga e as borboletas amarelas.

então sorri: a sensação era maravilhosa.

domingo, outubro 4

Frase del día: Sonríe. Eso es todo.