domingo, janeiro 17

A sensação

de perda escorre pelas pontas dos meus dedos. Transborda pelos meus cotovelos.
É uma dor mais física do que nunca.
Eu nunca sei o que fazer com ela – não importa quanto tempo passe, eu nunca vou saber.
Cada última vez é sempre definitiva, vai morrendo em mim um pedacinho de você. Eu nunca vou te alcançar, não importa o quanto eu tente, ou se eu tentar ou não. Há tanto tempo comecei a te perder que essa é a única coisa que realmente tenho prática em fazer.
Eu ainda estou atrás das persianas, vendo o carro sair da garagem no meio da noite, sabendo que você não me vê. Eu ainda estou lá, como se ainda tivesse onze anos, afinal de contas, e você continua se afastando. Eu sempre soube que não iria voltar.

O sol está nascendo e eu ainda não estou nesse dia novo que nasce com ele. Ainda estou morrendo ontem. Anteontem. Morrendo a cada dia em que não falo com você. A cada carta que lhe escrevo sabendo que nunca vai ler.

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